7.8.10

uM preTO velhO nO centrO ESPÍRITA

Dando início a uma destas reuniões mediúnicas num centro espírita orientado pela doutrina de Allan Kardec, foi feita a prece de abertura por um dos presentes. Iniciando-se as manifestações, pequenas mensagens de consolo e apoio foram dadas pelos desencarnados aos membros da reunião. Quando se abriu o espaço destinado à comunicação de Espíritos necessitados, ocorreu o inesperado, a médium Letícia fica sob a influência de um Espírito... O dirigente Sr. Antenor, como sempre fez nos seus vinte anos de prática espírita, deu-lhes as boas-vindas, em nome de Jesus. - Seja bem-vindo, meu irmão, nesta casa de caridade. O espírito respondeu: - Boa noite fio. Suncê me dá licença pra eu me aproxima de seus trabaios, fio? - Claro, meu companheiro, nosso centro espírita está aberto a todos os que desejam progredir. – respondeu o dirigente da mesa. Todos os presentes perceberam que a entidade comunicante era um Preto-Velho. A entidade continuou:- Vós mecê não tem ai uma bebida pra eu bebê, fio? - Não, não temos. Você precisa se libertar destes costumes que traz dos terreiros, que é o de ingerir bebidas alcoólicas. O espírito precisa evoluir – disse-lhe o Sr. Antenor. - Vós mecê, num tem ai um pito? Tô com vontade de pitar um cigarrinho, fio. - Ora meu irmão, você deve deixar o mais breve possível este hábito adquirido nas práticas de terreiro, se é que queres progredir. Que benefícios traria isso a você? O Preto-Velho respondeu: - Preto Veio gostou muito de suas falas, mas suncê e mais alguns dos médiuns não faz uso do cigarro, fio? Suncê mesmo num toma suas bebidinhas nos finar de semana? Vós mecê pode me explica a diferença que tem o seu Espírito que beberica whisky do meu Espírito que quer beber aqui dentro? Ou explica pra mim, a diferença do cigarrinho que suncês fuma na rua, daquele que eu quero pitar aqui dentro? Sr. Antenor não pôde explicar, mas resolveu arriscar: - Ora, meu amigo, nós estamos num templo espírita é preciso respeitar os trabalhos de Jesus. - Fio, ou se suncê preferi... Caro dirigente, na escola espiritual da qual faço parte, temos aprendido que o verdadeiro templo não se constitui nas quatro paredes a que chamais centro espírita. Para nós, estudiosos da alma, o templo da verdade é o do Espírito. E é ele que está sendo profanado com o uso do álcool e do fumo, como vêm procedendo os senhores. Vosso exemplo na sociedade, perante os estranhos e mesmo seus familiares, não tem sido dos melhores. O hábito, mesmo social, de beber e fumar deve ser combatido por todos os que trabalham na terra em nome do Cristo. A lição do próprio comportamento é fundamental na vida de quem quer ensinar. Houve grande silêncio diante de tal argumentação segura. Pouco depois, o Espírito continuou: - Suncê me adescurpa a visitação que fiz hoje, e o tempo que tomei do seu trabaio. Vou-me embora pra donde vim, mas antes, fio, queria deixa a suncêis um conseio: que tomem cuidado com suas obras, pois, como diria Nosso Sinhô, tem gente coando mosquito e engolindo camelos. Cuidado irmãos, muito cuidado. Preto-Véio deixa a todos um pouco da paz que vem de Deus. Ficam meus sinceros votos de progresso a todos os que militem nesta respeitável Seara. Dado o conselho, afastou-se para o mundo invisível. Sr. Antenor ainda quis perguntar-lhe o porque de falar “daquela forma”, mas não houve resposta. No ar ficou um profundo silêncio, uma fina sensação de paz e uma importante lição para todos meditarem.
Isso aconteceu na Casa Espírita Seara Bendita e foi repassada por uma das médiuns presentes
Extraído do site: Céu do Ceará